Amar, mas
não desse amor miúdo,
de breves
encontros e poucos beijos,
em bancos de
carros, escurinhos, motéis.
Amar de amor
maior, transcendente,
incapaz de
se esgotar num corpo só,
que amando a
muitos negue o adultério
de trair a
todos porque amando só a si.
Não o amor
carnal, de orgasmos e esperas,
nascido em
usinas de hormônios,
alimentando
arrepiares e suspiros,
diluindo-se
em camas, morrendo no tempo.
Um amor
maior, grande, enorme, infinito,
capaz da
vertigem de fome, da insônia,
do imaginar
comida diante do faminto,
e morrer em
chagas rubras junto do inocente
em
estertores aprendendo o que é morte.
Sim, o amor.
O amor absoluto, solidário,
cúmplice,
gêmeo univitelino de todos,
de cada ser
humano que, humano,
não consegue
ser humano, permanece só ser
esperando o
mundo mudar e aparecer a eles,
depois que
terminarmos as nossas refeições.
Francisco
Costa
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