terça-feira, 7 de maio de 2013

DE AMARES E OUTRAS COISAS


Não espere que o amor chegue para a retribuição.
Ama, ama simplesmente, como um rio, que alheio
ao que o espera na próxima curva, prossegue e vai.

Ama, ama. Não importa se com complemento ou não,
se está ausente ou inexiste. Ama! Ama com alma
porque a chegada de um corpo  pode esperar, calma!

Ama em todas as variedades do amor: o delicado,
que se eleva em uma prece de agradecimento
ou se enleva diante de uma criança ou uma flor.

O solidário, semeador de risos e esperança,
o que se expande à mão estendida
e se faz consolo, pão, compreensão.
E mesmo o carnal, chaga aberta a doer prazer.

Ama a pátria porque túmulo dos teus avós,
berço e casa dos teus filhos e dos teus netos.

Ama a Deus, reverente e compenetrado
como os vegetais amam o sol
porque dependentes e definitivamente ligados.

Ama cada hora, cada minuto porque irrepetíveis.
Agradece cada lágrima por que, já passado,
escorreu, já não te habita mais.

Ama, ama tudo porque de consequência imediata:
amando a tudo aprenderás a amar o amor
e aí, enfim, serás um eternamente apaixonado,
digno de amar verdadeiramente, e de ser amado.

Rio, 27/11/2012.

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