terça-feira, 7 de maio de 2013

DAS ROSAS E OUTRAS FLORES


Rosas, rosas... A quem dá-las?

A uma que as adormeça num jarro e,
caridosa, se apiede de tê-las  tão sós,
apartadas do roseiral?

A outra que as despetale
e multiplique  em mais rosas
desfeitas perfume no chão,
inundando os dias e a casa?

A aqueloutra que, assustada  e tensa,
as esconderá em desculpas
porque testemunho em cores
de um amor proibido, escondido?

Ainda a outra que as meça em preço
e contabilize o tamanho da prenda
pelo gasto com as rosas no mercado?

Não! Tenho que dá-las a quem,
flor a mais entre flores  perdida,
não perceba que ganhou flores.

Francisco Costa

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