terça-feira, 7 de maio de 2013

CONCERTO EM MIM MENOR


Habita, serena e calma,
todo o drama que se aninha em minh’alma.

Um poema... Um romance, talvez até...
Ou talvez mais, bem mais até... Uma sinfonia.

Traz em si todos os nuances das falenas,
o hálito de todas as verbenas,
de Madalena a melancolia.

Sustém-me em sustenidos,
em bemóis queridos
a inundarem-me os olhos já repletos
em sentimental gravidez de mil fetos.

Inicia-se numa clave.
Faz-me, patético palhaço,
vibrar em uníssono compasso,
quase morrer numa fuga,
num turbilhão de paixão que me subjuga.

Com migalhas do meu próprio corpo,
vergando-me numa pausa, quase morto,
resolvi escrever este concerto de fusas,
semínimas, semibreves e semifusas.

Música de espasmos, engasgos e estertores,
composta com hastes de flores
numa pauta sagrada,
no corpo da minha amada,
imagem da minha musa.

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