Contaram-me
que no reino de insensatil
o penúltimo
em nível de educação no mundo,
elevaram a
idade de alfabetização,
nas escolas
públicas, para oito anos de idade,
enquanto se
manteve em seis anos
nas escolas
particulares, em sórdida gestação
de ampliar
as diferenças econômicas e sociais
na próxima
geração, ao mesmo tempo
em que
reduzirão a maioridade penal
para
dezesseis anos.
Disseram-me
também que lá a corrupção
narcotraficante
sustenta políticos, juízes,
todo o
aparato policial e de segurança,
e que
reduzirão a maioridade penal
para
dezesseis anos.
Disseram-me
mais, que neste estranho reino
um
homofóbico racista preside os direitos humanos
e três
condenados pela justiça presidem a justiça,
e reduzirão
a maioridade penal para dezesseis anos.
Estranho,
surreal essa plaga de insensatos,
praga que se
abate sobre o povo os aplaudindo:
é a sexta
economia do mundo, reduzindo
quase todos
a coadjuvantes econômicos,
e no entanto
estatísticas outras envergonham:
octagésimo
quarto (84º) no índice de desenvolvimento
humano
(IDH); octagésimo oitavo (88º) no nível
de educação;
centésimo quarto (104º) no índice
de qualidade
na infrestrutura; dezesseis milhões
de
habitantes na miséria; centésimo décimo quinto
(115º) na
qualidade do sistema educacional...
E reduzirão
a maioridade penal para dezesseis anos.
Mas não só a
economia caminha lá em cima, há a mídia,
a imprensa,
as emissoras de rádio e televisão
alimentando-se
de propinas na forma de anúncios
proclamando
as benesses proporcionadas ao povo,
com impostos
vencidos e refinanciados, sonegados,
engordando o
coro das futuras vítimas: maioridade
Penal aos
dezesseis anos, agora, já, urgente.
Com atores,
figurantes, coadjuvantes... Brancos, ricos,
do
sul-sudeste do país, que é para os nordestinos,
os negros,
os índios saberem exatamente os seus lugares,
anunciam
produtos que as crianças jamais consumirão,
brinquedos
com os quais jamais brincarão, ficando claro
que não são
humanos, e só o serão quando nos carros,
nos resots,
nas jóias, nas viagens internacionais,
nas mansões,
fazendas... Induzindo-os às drogas, como fuga,
ou ao plágio
do que se mostra nos filmes, seriados, novelas,
anúncios... À
violência e a esperteza, como formas lícitas
na obtenção
das necessidades artificialmente criadas...
Para
liderarem e orientarem o coro dos criminosos clamando:
maioridade
penal aos dezesseis anos.
Estranho os
habitantes de insensatil:
querem
acabar com os ratos
mantendo
intacta a fábrica de ratos.
Agora
dezesseis anos, mais adiante catorze anos, depois doze,
até chegarem
à idade mental dos que exigem e esperam
redução da
maioridade penal aos dezesseis anos.
Francisco
Costa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário