segunda-feira, 6 de maio de 2013

Ato De Contrição

Ato De Contrição
Tenho estado muito comedido em meus versos.
Tenho que alabastrá-los com a tinta do exagero.
É tudo tão grande e tão bonito e inacessível, tão
inabordável, que minhas palavras estão gastas.

Eu quero a utopia, os segredos, o só insinuado,
o indescritível que se mostra em silêncio.

Eu preciso cantar maior, e descrever o insólito
de ser só um inseto tecendo letras
diante do infinito e da eternidade.

Quero voar longe e não sei.
Pequenas as minhas asas
e menor o meu fôlego.

Francisco Costa
Rio, 28/02/2013

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