quarta-feira, 8 de maio de 2013

A TODOS OS MEUS AMIGOS

Os amigos atentos ao chat,
os que acompanham a dança
de leds verdinhos, perceberam
que o meu não se acendeu ontem
durante todo o dia, dia de check-up.

Mais para o cemitério que para berçário,
às portas do necrotério, passei susto,
todo conectado a terminais elétricos,
uma enfermeira bunduda, cheia de curvas,
monitorando-me impulsos moribundos.

Sem tempo para alertar aos amigos,
pois colapso súbito e de madrugada,
esmeraram-se muitos em suposições,
apreensões, deduções... Buscando
informações com parentes próximos,
amigos mais chegados, até o meu retorno.

Receberam-me como ressuscitado,
reencarnado poeta de todos os dias de novo,
esmerando-se todos em carícias verbais,
nos comentários e no bate papo,
e então entendi que não sou facemaníaco,
mas filomaníaco, amigosmaníaco...
Qualquer coisa que cheire a necessidade
de cada um de vocês, mas não agradeci.

Esperei ocasião propícia, de calma,
com as perebas do coração curadas,
sem riscos de reincidência ou recaída,
qualquer possibilidade de queda, afastada.

Ontem estive ausente de novo, revisão,
geral na máquina, para ver se nada frouxo,
com ritmo alterado, em risco de pane.

Surpreendi os médicos, meio abismados:
a recuperação foi total e está concluída,
sem sequelas e necessidade de cuidados,
com os exames em parâmetros normais.

Agora, desinterditado às emoções,
agradeço a cada um que se preocupou.
Os que buscaram informações,
os que se puseram apreensivos,
os que oraram e pediram,
os que me receberam com carinho sem fim.

A todos a minha gratidão e reconhecimento,
o mais carinhoso muito obrigado.
O lamentar pelo defunto está adiado.
Espero que por tempo indeterminado.

Francisco Costa.
Rio, 27/04/2013.

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