terça-feira, 7 de maio de 2013

RITUAL


Pronto ao poema, dispo-me.
Primeiro a  camisa das convenções,
depois as calças dos conceitos estabelecidos.
Agora os sapatos dos preconceitos impostos,
as meias das ambições pessoais insatisfeitas,
e, aparentemente por fim, as cuecas, grades
dos meus instintos mais primários, incomodando.

Pareço-me nu, mais ainda não.
Em esforço supremo, dispo-me do próprio corpo,
e só sensibilidade esparramada sobre o teclado,
digito a primeira letra. Vem aí mais um poema.

Francisco Costa.
Rio, 20/12/2012.

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