O Retorno
Volta, solidão. Eu já estava saudoso.
Tuas
esfumaçadas mãos põe sobre mim.
Vem, deita a
meu lado, tenho medo.
pensei ter
perdido esse estranho dom,
o de
perder-me em sonhos e agonia.
Achega-te,
assume outra vez a casa
espoja-te em
cada cômodo e canto,
vasculha
gavetas à cata de versos.
Fiz alguns
na tua ausência. Rasgue-os,
foram
equívocos de amor, desculpe-me.
Continua a
falar silêncios, não incomoda.
E se em
algum momento me ver chorar,
regozija-te.
Nasci para te amar.
Perdão pela
recaída, pela traição.
É que as
vezes me surpreendo
com o
coração na mão.
E aí, sabes.
Volúvel torno-me doce,
e inseto noturno de plantão,
tento
invadir outro coração.
Mas fica
calma
porque é
sempre em vão.
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