segunda-feira, 6 de maio de 2013

O Retorno

O Retorno
Volta, solidão. Eu já estava saudoso.
Tuas esfumaçadas mãos põe sobre mim.
Vem, deita a meu lado, tenho medo.
pensei ter perdido esse estranho  dom,
o de perder-me em sonhos e agonia.

Achega-te, assume outra vez  a casa
espoja-te em cada cômodo e canto,
vasculha gavetas à cata de versos.
Fiz alguns na tua ausência. Rasgue-os,
foram equívocos de amor, desculpe-me.

Continua a falar silêncios, não incomoda.
E se em algum momento me ver chorar,
regozija-te. Nasci  para te amar.

Perdão pela recaída, pela traição.
É que as vezes me surpreendo
com o coração na mão.

E aí, sabes. Volúvel torno-me doce,
e  inseto noturno de plantão,
tento invadir outro coração.

Mas fica calma
porque é sempre em vão.

Rio, 01/12/2012.

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