Adoeci, e psicólogo algum será
capaz
De diagnóstico, de me impor terapias.
Acordei com tudo estranho,
modificado,
Embora com as mesmas formas de ontem.
Meu jardim cintila e cada flor estala
Como se prestes a se fazer som no vento
Que me banha estranho a mim mesmo.
Não há coerência no ar. Os pássaros
baldios,
De vôos aleatórios, voam todos agora,
Como se em prévia combinação, a mim.
O sol escorre no brilho das folhas,
Multiplica-se em mil sóis outros,
menores,
Na superfície do lago de carpas e sonhos.
Já não sou eu, porque não o de ontem.
Estranho a mim mesmo, estrangeiro
Migrado para o meu próprio corpo,
Declino os versos de uma nova paixão.
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