Diante de
amigo a muito sem ver, poeta
irmão de
queixas comuns, desabafei:
agora quero
coisa diferente, parceiro.
Algo que me
tome e inunde inteiro,
sempre
presente, cotidianamente.
Com a
imprescindibilidade do sol, da lua;
que se dê
inteira, direito e avesso, nua,
em oferenda
de pássaro, flor, sei lá...
Que me
contamine com um verso displicente,
tipo os de
Neruda, mas convincente e leve,
como os de
Vinícius. Isso! Um verso de neve,
sem peso, de
formas aéreas, flutuando solto
nas minhas
retinas enamoradas em culto
à
irrepetibilidade de cada momento
aproveitado
à exaustão, sem arrependimento.
E
continuaria a palavrório solto nesse mister
não fosse
interrompido pelo amigo:
você não
quer um poema, quer é uma mulher.
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