terça-feira, 7 de maio de 2013

CONFUSO


Diante de amigo a muito sem ver, poeta
irmão de queixas comuns, desabafei:

agora quero coisa diferente, parceiro.
Algo que me tome e inunde inteiro,
sempre presente, cotidianamente.

Com a imprescindibilidade do sol, da lua;
que se dê inteira, direito e avesso, nua,
em oferenda de pássaro, flor, sei lá...

Que me contamine com um verso displicente,
tipo os de Neruda, mas convincente e leve,
como os de Vinícius. Isso! Um verso de neve,

sem peso, de formas aéreas, flutuando solto
nas minhas retinas enamoradas em culto
à irrepetibilidade de cada momento
aproveitado à exaustão, sem arrependimento.

E continuaria a palavrório solto nesse mister
não fosse interrompido pelo amigo:
você não quer um poema, quer é uma mulher.

Francisco Costa

Nenhum comentário:

Postar um comentário