Cobram-me um
poema de beijos
porque hoje
é o dia do beijo,
como se
qualquer outro não fosse.
Só não me
esclareceram que beijo.
O doce,
delicado, ao filho que sai,
vai à
escola, à rua, ao mundo?
O
infinitamente carinhoso, de rendição,
na velha
bochecha da mãe abençoando?
O beijinho
rápido, corrido, desajeitado,
dos meninos
debutando na adolescência?
Que beijo,
afinal? O beijo distraído, alheio,
de amante em
pré partida,em adeus,
buscando no
mais íntimo a palavra não?
O beijo mero
namoro de lábios, simples
roçar de
peles num abraço de bocas,
descontraído
e sem compromissos,
como o da
abelha na flor, só néctar?
Ou o beijo
tórrido, de corpo inteiro,
lábios,
língua, saliva fundindo corpos
enlevando o
espírito em rendição
ao momento, intervalo
consentido
entre o
antes e o depois do beijo,
temporadas
de mais beijos?
Beijar. Quem
não há de,
se mais não
somos
que beijos
ansiando encontros?
Se nossas
guerras fossem de beijos,
os ruídos
não assustariam as crianças,
não
decepcionariam Deus,
não nos
deixariam machucados.
E se mais
beijos no estoque houver,
ainda que
não com a boca, beijai
os das
sarjetas, das praças, das ruas...
Carentes de
beijos e abraços como
lenitivo e
terapia, razão de existência.
Espalhai beijos, beijinhos, beijões...
Semeando
flores nos corações,
não só hoje,
mas por todos os séculos
dos séculos,
e além.
Beijai,
beijai, beijai...
Porque sem
contra indicações
e efeitos
colaterais adversos.
Francisco
Costa
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