O mundo não
cabe em mim.
Seus
excessos lotam, ocupam tudo,
numa
inundação de impressões desordenadas.
Sem ter como
conter o tudo,
cada
particularidade posta nos instantes,
invento
mecanismos de escape, subterfúgios,
ocasiões em
que me derramo em cores e versos,
devolvendo
aos dias o que em mim não cabe.
Meu coração
é pequeno, menor o cérebro.
Sou só um
homem olhando o inapreensível,
bebendo o
incogitável, morrendo um pouco
a cada
canção, em cada sorriso, cada lágrima
de
encantamento diante do que, de grande
não entendo,
devolvendo antes mesmo
de ter apreendido,
ou pelo menos entendido.
Tudo é muito
grande
e sou só um
homem
diante da
eternidade.
Francisco
Costa
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