Sinto cheiro
de amor no fim.
Já não
brilha mais o olhar
doce-melado
que escorria.
As mãos,
espátulas de esculpir carícias,
permanecem
longe, na louça da janta.
Suas curvas,
agora, pouco dizem,
e nada
insinuam, como as curvas
tristes, em
dias de chuva, no litoral.
Há uma
linguagem muda entre nós,
um espaço
quase concreto e frio
impossibilitando
qualquer passagem.
Há silêncio,
o silêncio da eternidade
posta nas
sepulturas, nos medos,
nos adeuses
de até para nunca mais.
O teclado do
meu coração é manco,
não tem
tecla de delete, não sabe apagar.
Por isso
insisto, resisto, não desisto
até que a
morte venha me aliviar.
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