Cato na
caixa de palavras e nenhuma.
Apalpo, tateio,
vasculho... E nada.
Estou
inspirado, preciso escrever,
mas tanto
quanto a tela,
minha mente
é um papel em branco.
Palavras,
preciso de palavras,
e isso é
urgente, tem que acontecer já.
Vou ao
dicionário e ele é um cemitério
onde jazem
palavras aguardando, sós
quem as
chame e acorde.
Vasculho
livros nas prateleiras da memória,
poemas de
terceiros, contos, novelas...
Perdidos nos
escaninhos das lembranças,
e nada. Nada
a amenizar essa ânsia,
essa
imperiosa necessidade de escrever.
Este o
castigo do poeta,
engravidar-se
de palavras
sem um parto
possível,
como uma mãe
de seios fartos
sem filhos
para amamentar,
uma praia
imensa sem sol e sem mar.
Francisco
Costa.
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