terça-feira, 7 de maio de 2013

SEM PALAVRAS


Cato na caixa de palavras e nenhuma.
Apalpo, tateio, vasculho... E nada.
Estou inspirado, preciso escrever,
mas tanto quanto a tela,
minha mente é um papel em branco.

Palavras, preciso de palavras,
e isso é urgente, tem que acontecer já.
Vou ao dicionário e ele é um cemitério
onde jazem palavras aguardando, sós
quem as chame e acorde.

Vasculho livros nas prateleiras da memória,
poemas de terceiros, contos, novelas...
Perdidos nos escaninhos das lembranças,
e nada. Nada a amenizar essa ânsia,
essa imperiosa necessidade de escrever.

Este o castigo do poeta,
engravidar-se de palavras
sem um parto possível,
como uma mãe de seios fartos
sem filhos para amamentar,
uma praia imensa sem sol e sem mar.

Francisco Costa.
25/01/2013.

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