Com esmero e
dedicação, prepare o campo
Principiando
por corrigir a acidez do solo:
Espalhe amor
e com o arado da paciência
Revolva
delicadamente cada porção
Dos dias
futuros que se anunciam rápidos.
Adube,
incorporando ao chão os nutrientes
Que
permitirão à safra abundante floração:
Carinho na
dose exata e com muita atenção,
Vigilância
permanente, diuturna, sempre
Para que as
pragas não se instalem, fiquem.
São os
insetos das drogas, os vírus do medo
As bactérias
do abandono, os fungos dos vícios.
Fique atento
porque no ecossistema da dor
São
componentes reais roendo os frutos,
Inviabilizando
colheitas, falindo espectativas.
Isto posto,
é hora da semeadura a lanço.
Não lhe
aconselho sementes de espécie única,
Para que não fique escravo do mercado,
Preso aos
preços regulados pelos concorrentes.
Assim,
diversifique: inocência, sorrisos,
Curiosidade,
otimismo, pressa, descompromisso,
Graciosidade,
ternura, timidez, e sempre um sorriso.
Tenha a
certeza de que se o preço de uma cair,
A alta das
outras compensarão, será lucro certo.
Cuide para
que os ventos do abandono,
Os estios da
decepção, a friagem da raiva
Permaneçam
distantes, fora do raio de ação.
Há os cuidados preventivos também,
As doenças
que curvam caules, secam folhas...
Inviabilizam
qualquer possibilidade de futuro.
Vacine com
as drogas postas pela ciência,
Mas não se
esqueça de vacinar com orações,
Uma droga
miraculosa só encontrada nos corações.
Mantenha
sempre remédios ao alcance.
Os corpos
frágeis, ainda vulneráveis, exigirão
Reforço
suplementar de nutrientes.
E hidratar,
seja por aspersão ou infiltração,
Mas nunca
deixar de hidratar. Hidrate
Com o só imaginado, destilando lendas
E povoando
com seres mágicos, míticos
Que serão
assassinados mais tarde:
Fadas,
elfos, gnomos, papai noel, cegonha...
De maneira
que tenham onde se escorar
Quando os
vendavais da realidade chegarem.
Mantenha-se
atento, sempre atento,
Sem cochilar
um único segundo,
Porque o teu
olhar será o sol, o calor
Que
permitirá a vida naquele rebento.
Eis,
finalmente, a hora da colheita
E a
descoberta do seu equívoco
Do seu
delicioso engano.
Você pensou
que plantou tanta coisa
E , no
fundo, só plantou esperança,
Que
floresceu, frutificou e agora o chama.
Vem, toma, é
sua essa criança.
Francisco
Costa
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