Não posso
morrer logo, não posso morrer já.
Há ainda
compromissos pendentes, urgentes,
exigindo
minha presença no teclado.
Tenho que
avisar aos amigos do face: fui!
E agora de
vez. Há uma determinação prometida,
de terminar
um romance de amiga solicitante,
revisar
versos de outro amigo que além mar aguarda.
Há telas
inacabadas, desenhos por fazer, um encontro
com
nordestina de formosas ancas e olhar atento,
querendo
conferir se o dito nos poemas é ilação
de poeta ou
corresponde à verdade, fala e faz.
Há um filho
caçula, dependente de minha mão
e minhas
palavras, meus exemplos
de como se
portar em poemas e camas,
em palanques
e auditórios, salas de aula,
aproveitando
cada oportunidade para sacanear
os
sacaneadores profissionais, os ladrões contumazes,
os que de
tão ruins palmilham o absurdo de existirem.
Não posso
morrer logo, não posso morrer já.
O amanhecer
anuncia um novo dia
e o meu
coração, mais possibilidades de poesia.
Francisco
Costa.
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