quarta-feira, 8 de maio de 2013

ADEUS


Hoje, dia da saudade,
Presto culto a esta deusa cruel,
Edificada em lágrimas e adeuses.

Sim. Hoje, ao avesso, louvo o adeus.

O adeus dos que viajaram
E de mãos abertas, dedos separados,
Acenaram, sem saber se voltariam.
Os adeuses de portos e aeroportos,
De rodoviárias e curvas de estradas.

O adeus dos que deixaram rosas,
Bilhetes, recados sobre cabeceiras
E o próprio cheiro no travesseiro.

O adeus de diante da sepultura,
Boca aberta para a refeição do nunca,
Sem que o viajante possa acenar.

O adeus que interrompe beijos,
Aparta  fomes uterinas
Impede explosões de sentidos.

O adeus, simplesmente o adeus.
Ah! Deus!

Francisco Costa.
Rio, 30/01/2013

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