sábado, 30 de novembro de 2013

Tenho sonhos proibidos,
Interditados pelos donos da gente.

Alguns os concebi ainda menino,
Entre brincadeiras e observações,
Naturais porque necessários.

Outros nasceram como abortos,
Precoces e interrompidos,
Feitos de negações e silêncios,
Habitando profanações de sorrisos.

Há os que se fizeram alados
E partiram em manhãs de sol,
Passageiros de corpos femininos,
E os que foram abatidos pelos tiros
Da revolta e da apreensão, do medo
Percorrendo calçadas e se escondendo
Da polícia, dos poderosos, da repressão.

Foram sonhos de todos os matizes
E coloridos, nuances erigindo-me
Erro no texto dos contentes.

De todos sobrou esse que tenho hoje,
O de persistir na contramão,
Em mão inversa dos que não sonham,
Existem como pesadelos,
Referências entre o que pretendo
E o que tenho.

O tempo é meu cúmplice,
O espaço, o meu palco,
E o amanhã... A nossa vitória,

O fim dos meus sonhos
Porque realidade de todos,
Simples refeição coletiva.

Francisco Costa

Rio, 11/11/2013.

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