Tenho sonhos
proibidos,
Interditados
pelos donos da gente.
Alguns os
concebi ainda menino,
Entre
brincadeiras e observações,
Naturais
porque necessários.
Outros
nasceram como abortos,
Precoces e
interrompidos,
Feitos de
negações e silêncios,
Habitando profanações
de sorrisos.
Há os que se
fizeram alados
E partiram
em manhãs de sol,
Passageiros
de corpos femininos,
E os que
foram abatidos pelos tiros
Da revolta e
da apreensão, do medo
Percorrendo
calçadas e se escondendo
Da polícia,
dos poderosos, da repressão.
Foram sonhos
de todos os matizes
E coloridos,
nuances erigindo-me
Erro no
texto dos contentes.
De todos
sobrou esse que tenho hoje,
O de persistir
na contramão,
Em mão
inversa dos que não sonham,
Existem como
pesadelos,
Referências
entre o que pretendo
E o que
tenho.
O tempo é
meu cúmplice,
O espaço, o
meu palco,
E o
amanhã... A nossa vitória,
O fim dos meus
sonhos
Porque
realidade de todos,
Simples
refeição coletiva.
Francisco
Costa
Rio,
11/11/2013.
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