sábado, 30 de novembro de 2013

ÀS RISADAS

Rio-me, rio-me às escâncaras,
De sorriso rasgado
E gargalhadas constantes,
Pequeno projeto mal acabado
De ditador semeando sorrisos.

Rio-me da tua luzidia careca
Cintilando na luz dos holofotes
Da mídia que te usa e manobra,
Instrumento temporário do poder,
E da tua voz esganiçada e ridícula
De marreco na forca.

Rio-me dos teus trejeitos e gestos,
Agitados, de ritmo sincopado,
Embaralhando pés e mãos,
Beiços e orelhas,
Em naturais caretas,
Como se recém saído do passado,
De uma seção de eletrochoques.

Rio-me quando dormes em plenário
Ou pastoreia melecas e muco
Nas próprias narinas,
Durante entrevistas.

Rio-me da tua humildade
Querendo mastigar o executivo
E mascar o legislativo,
Com projeto de investigar a ONU
E cassar o Papa.

Teu gestos e atitudes, iniciativas,
Só se pretendem grandes
Porque para esconder a tua pequenez
De pequena larva saída do esterco
Para jamais ser borboleta.

Rio-me hoje como se riem
Setenta por cento de todos,
Caminhando para a unanimidade.

Mas não fique triste, triste figura.
Apesar de tudo ostentas ainda o sorriso
Cínico da bondade de Maquiavel,
Adorno que te fará belo defunto
No panteon do esquecimento.

Não postarei tua foto, desculpe-me.
Não para evitar propagandeá-lo
Ou facilitar a identificação.

Em preocupado respeito
Às crianças e aos cardíacos,
Posto o sósia.

Boa morte, excelência!

Francisco Costa.

Rio, 21/11/2013. 

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