Tenho que
conquistá-la,
E para tanto
ritualizar a corte,
Fazendo-me
algo cobiçável.
Mas como,
com esse corpo
De carne
pouca e poucos quilos
Se erguendo
em desafio ao equilíbrio?
Como, com
esse compêndio de rugas
Ostentadas
como cansaço e uso?
Como,
digam-me, como, se não mais
Que um cofre
violado, porta arrombada
De onde
escaparam todos os segredos?
Como, se
impostura posta nos dias
Declino do
sorriso fácil e gratuito
Para lapidar
lágrimas em versos?
Já sei!
Colherei rosas, dálias, açucenas,
Margaridas e
magnólias, nenúfares...
Tudo o que
se ostentar em forma e cheiro,
E farei uma
guirlanda enorme, gigante,
Levando um
jardim inteiro a ela.
Depois, com
a humildade dos apaixonados,
Confessarei
a verdade: tentei um poema,
Mas não
consegui nenhum digno de ti.
O maior
verso de todos sempre existiu
E não fui eu
que escrevi: eu te amo.
Francisco
Costa
Rio,
27/10/2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário