sábado, 30 de novembro de 2013

Não me quero mais assim sombrio,
Puro lamento na vida, lástima
Do que em si se fez carência.

Quero versos novos, anunciação
Do que se propõe novo e diferente,
Pura luz incandescendo os dias,
Raiando novidades, luminescência
Em fulgor de reinauguração,
Fogo em chispas, cintilação, brasa.

Não mais a via sacra das lágrimas,
O luto triste da abstinência,
A ânsia do que se quer mais,
Como um sepulcro de carne,
Feito de silêncios e saudades.

Eis que é chegada nova temporada,
A das paixões, de beijos loucos
E línguas entrelaçadas, mãos abertas,
Ruídos inaudíveis ao pudor em delito,
Cheiros de maçãs e jasmins, rosas
Em profusão de sorrisos, nascentes
De onde jorrarão versos e orgasmos.

Francisco Costa

Rio, 22/11/2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário