sábado, 30 de novembro de 2013

Na metafísica dos prazeres
Esconde-se o impronunciável,
O interdito ao público
E que só se revela em plenitude
Em momento específico.

Como imaginar aquela senhora,
Virtuose das pudendas falas,
Nua, desfazendo-se em gemidos
Postos entre o teto e o travesseiro,

Aquele homem de negócios,
Compenetrado e atento, racional,
Às gargalhadas de pós orgasmos,
Entre o lúdico e o anormal?

Atentai a todos, seres normais
Entre gôndolas nos supermercados,
Percorrendo corredores de shoppings,
Em vigílias e orações, nas igrejas,
Ou em casa, abençoando filhos
Ou dando provimento às faxinas:

Disfarçam tão bem a sexualidade
Que não os imaginamos prazeres
Em descanso, no intervalo
De si mesmos em plenitude.

Palpites, conceitos e opiniões
São meras atividades vazias
Para preencher vazios
Entre dois encontros.

O amor é nossa essência.
O mais, atividades passageiras,
Alimento e disfarce.

Francisco Costa

Rio, 11/11/2013.

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