Primeiro
dispo-me da arrogância,
Daquela
capacidade torta
De ditar
verdades e exigir vontades.
Agora a
vaidade, esse veneno
Que embaça o
espelho
E não nos
deixa nos vermos direito.
Agora as
preocupações solucionáveis,
Aquela
dívida vencida e a que vai vencer,
Os encontros
malogrados, inexistentes,
Os beijos
não dados e abraços perdidos,
O corpo
exato que passou e não peguei.
Mais peças
pedindo exclusão: a pressa,
Inimiga do
requinte e da perfeição,
A preguiça,
esse estelionato no tempo,
Tão curto e
precioso para ser desperdiçado;
As aflições,
a impaciência, raivas repentinas
E ódios
acumulados, as frustrações...
Pronto!
Agora estou nu, despido do mundo,
Sozinho
comigo mesmo, sem mais ninguém,
Pronto para
cometer o delito.
Pego caneta
e papel e silenciosamente
Apronto a
tocaia, atento e concentrado
Semeando
versos, na esperança
De caçar
poesia.
Francisco
Costa
Rio,
25/10/2013.
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