De luto pelo
que em mim morreu,
Lastimo
perdas e choro ausências.
Enterraram-me
a inocência,
A capacidade
de ver nos olhos
De todos a
ausência da maldade,
E inscrever
a esperança em cada dia,
Certo de que
todo mal é passageiro,
Mero
contratempo a fechar a cara
Temporariamente,
entre sorrisos.
Fui ao
velório do medo e do pudor,
Quando me
soube só acidente
De curta
duração e muitos limites,
Do qual
podiam subtrair tudo,
Até a vida,
menos as convicções,
E que cada
mulher complemento
De encaixe
físico e entrega,
Como solo
propenso às raízes.
Estive nos
funerais do consolo,
Porque nada
me apraz recompensa
Nesse
inventário de perdas e danos,
Salvo um ou outro
poemas vagabundos
Que, como
eu, dilapida-se em versos,
Certo de que
no final, só a lembrança
Recitada aos
pedaços, parcial.
Não serei.
Esculpo com zelo poético
O que amanhã
fui, essa redação
Mambembe e
tonta que em mim
flui.
Francisco
Costa
Rio, 26/11/2013.
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