Agora o meu coração viaja longe,
Por páramos de sempre sorrisos,
Peito nu, cabeça na chuva gelada,
Um menino provendo horas, dias
Com o que havia de mais bonito.
Livre do que nos impede íntegros,
Flano livre, quase etéreo, leve e só,
Como solitária ave em último vôo,
Etapa última da rota migratória,
Senhora de si e do espaço azul,
Acortinando sonhos e histórias.
Não há agonias nem escombros,
Correntes, rangeres de dentes
Porque tudo flui perfumado e doce,
Para apoteose dos sentidos atentos,
Quando todos acreditam sonolentos,
Entre o adormecer e o acordar.
Francisco Costa
Rio, 17/12/2016.
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