segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Fauno eunuco
Castrado em minhas vontades,
Dedilho as contas das ambições.

Tens mel nos lábios,
Floral hálito de hortelã
Quando te expões inteira
Às minhas retinas enamoradas.

Tudo em ti é magia, encantamento,
Exposição de motivos para amar.

Ainda que zangada, presa do ciúme
Que te engravida vestal em culto,
Deslizas elegância sobre o tapete,
Perfumando todos os cômodos,
Incensados com a tua presença
De parcimoniosa irritação.

Mas logo estás em meus braços,
Rendida e dominada, súplice
De que eu não faça isso ou aquilo,
Não fale isso ou aquilo, cale,
Mais alimentando o que me rende,
Equivocada, acreditando
Que a predadora é a presa.

Francisco Costa

Rio, 14/01/2017.

Um comentário:

  1. Nenhuma mulher que tenha passado pelos teus braços, foi predadora e sim a presa, como vc escreveu nesse poema.

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