(The
Final Countdown*)
Morrer?
Pra quê?
Ainda tenho alguns versos,
Uma última paixão,
Curiosidades não satisfeitas,
Um restinho de vitalidade
Que ainda me permite gritar
A insatisfação do que vive.
Ainda não é hora de voar,
Ainda peso entre pesados,
Rastejando minhas misérias,
Tão iguais às de todos
Rastejando comigo ilusões
Postas em versos e canções.
Espere que eu seque de todo,
Me dispa das vontades
E enxugue o romantismo.
Tenho compromissos muitos
Que me esperam urgentes:
A revolução que não fiz,
O poema exato,
Os teoremas que não entendi
E clamam solução imediata,
Entre teses e antíteses
Solicitando-me sínteses.
Ainda restam alguns beijos,
Muitos abraços,
Orgasmos clandestinos
E apelos para que eu fique,
Não suma no esquecimento.
Por isso questiono apreensivo,
Atônito com a possibilidade:
Morrer?
Pra quê?
Francisco Costa
Rio, 14/01/2017.
*A Contagem Regressiva Final.
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