Náufrago nos teus braços,
Debato-me para ficar.
Teu corpo, morna silhueta
Inscrita no acrílico do Box,
Determina atenção redobrada,
Concentração de cirurgião
Entre o êxito e a hemorragia,
Parcimônia e contenção,
Domínio dos instintos,
Como predador em tocaia.
Móbile que se agita mágica,
És usofruto para os sentidos,
Sinalização de abordagem,
Qualquer coisa diferente
Que se agiganta totalitária,
Reduzindo o que te excede
À insignificância, quase nada.
Teu corpo é sacrário, oráculo,
Qualquer coisa imponente
Que arrebata e santifica,
Prostrando o fiel a uma deusa
Chamada perdição.
Francisco Costa
Rio, 13/01/2017.
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