(Pra Sonia Costa, in memoriam)
Há canções nascidas para nos matar.
Repentinas nos penetram os poros
Para habitar na alma, em todo o ser,
Indesejadas inquilinas nos sangrando
Momentos não esquecidos e saudades.
Esta que agora ouço, nostálgico e só,
Leva-me ao calor do seu corpo ativo,
Amanhecendo inauditos prazeres
Na trajetória que pensamos eterna,
De poucos obstáculos, sem cancelas.
Mas veio a morte, subtração de tudo,
Impondo pra sempre luto disfarçado,
Fantasiado de sorrisos estrangeiros,
Vestindo versos que ainda são seus,
Descrevendo mulheres imaginárias,
Variações de tema único e constante,
O seu sorriso luminoso, abundante,
Iluminando a trilha que hoje trilho
só,
Com a impressão de que mais adiante,
Tímida e radiosa, rindo, como sempre,
Vestida de luz e cores você me
espera.
Francisco Costa
Rio, 21/01/2017.
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