domingo, 1 de janeiro de 2017

Lá vem o natal de novo,
E suas bolinhas coloridas,
O presépio de barro e encanto,
Com o menino que morrerá em abril.

É natal, os shoppings estão cheios,
Os marqueteiros apregoam mercadorias,
As canções fluem comerciais e antigas,
Os papais noéis espalham-se nas esquinas,
Fixados em selfies com crianças.

Há compromissos de presentes, visitas,
Cartões para quem não se vê há muito,
Esquecido em alguma gaveta da memória.

Há a pressa, o ambicionar tudo, o querer
No comércio apinhado de cristãos
Em culto ao consumo, cristamente.

Longe, quieto e calado,
Migrado para a infância,
Entre os seus mortos
O menino comete um poema,
Uma forma de morrer.

Francisco Costa

Rio, 20/12/2016.

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