Lá vem o natal de novo,
E suas bolinhas coloridas,
O presépio de barro e encanto,
Com o menino que morrerá em abril.
É natal, os shoppings estão cheios,
Os marqueteiros apregoam mercadorias,
As canções fluem comerciais e antigas,
Os papais noéis espalham-se nas
esquinas,
Fixados em selfies com crianças.
Há compromissos de presentes,
visitas,
Cartões para quem não se vê há muito,
Esquecido em alguma gaveta da
memória.
Há a pressa, o ambicionar tudo, o
querer
No comércio apinhado de cristãos
Em culto ao consumo, cristamente.
Longe, quieto e calado,
Migrado para a infância,
Entre os seus mortos
O menino comete um poema,
Uma forma de morrer.
Francisco Costa
Rio, 20/12/2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário