domingo, 1 de janeiro de 2017

Se me sinto só, viajo,
Alço-me nas asas dos sonhos
E percorro o que suprime
E agasta, deixa-me errante
Nos caminhos de mim.

Ando céus e corpos, campos,
Cuidando para que fiquem
Partes de mim.

Completo, retorno,
Cuidando de arrumar tudo,
Cada coisa em seu lugar,

Até o momento de usar,
Quando lembro do vôo
E dele lanço mão,
Voando novamente,
Sem sair do chão.

Assim nascem os poemas,
Sem delongas e dilemas,
Com o poeta concentrado,
Trancado no quarto,
Em pleno trabalho de parto,
Trazendo para o mundo
O que só existia
Na dimensão da poesia.

Francisco Costa

Rio, 31/12/2016.

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