Sim, sou
capaz de sorrir em versos,
mas só em
versos.
E capaz de
chistes, motes engraçados,
Piadas... Mas
só nos poemas.
Quem me lê
não imagina a angústia,
a impotência
para mudar destinos,
travar o que
se faz pedrisco no pé,
entre a sola
e o sapato, incomodando,
ou mais que
incomodando, impedindo
a
continuidade do caminhar.
Fosse tudo
comigo e a resignação
cuidaria do
caso, ou o voluntarismo
posto em
forma de resistência
cuidaria do
caso. Mas não é comigo.
Morro um
pouco perto dos que morrem,
e não posso
fazer nada, impotente e fraco,
preso nos
meus limites de só um homem
teclando
angústia, digitando a frustração.
Purgo dores
que não são minhas, ganhei.
Lacrimejo
quase desespero, enfartando,
morrendo-me
um pouco a cada dia,
entre o
câncer e o cárcere.
Os que lá se
vão, sós e injustiçados,
são pedaços
de mim morrendo comigo.
Francisco
Costa.
Rio,
06/04/2013.
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