Sinto que
lentamente
Perco a
identidade
De mim
comigo,
Inaugurando-me
estranho
Em festa
alheia, apartado
Do que seria
comum,
Fazendo-me
diferente,
Só
assemelhado.
Lento,
desinteresso-me,
Como um cego
só tato
E cheiros,
suposições
Diante de
uma paisagem,
Indiferente
se de deserto,
Floresta,
litoral ou pastagem,
Em
resignação e comodismo.
Corredor em
revezamento,
Já cansado,
observo a marca
Onde deverei
passar o bastão
Das minhas
lutas e derrotas,
Nenhuma
frustrada ou morta,
Inútil ou
inglória.
Espectro do
que fui, já nada
Me apraz ou
apetece, longe,
Só ao
alcance dos que querem
E insistem,
sobrenaturais.
Há em mim
agora a resignação,
A modorra de
um entardecer
Esperando o
escuro da noite.
Logo estarei
num sonho.
Francisco
Costa
Rio, 11/04/2014.
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