(em resposta
aos cobradores)
Sei que
gostas mais
Quando me
revelo romântico,
Partícipe da
natureza,
Da sua
linguagem, ora muda,
Anunciada em
formas e cores,
Ora sonora,
em pios, urros,
Zumbidos em
sinfonia exata.
Também me
gostas paixão,
Delineador
de sentimentos
Que só se
revelam aos poucos,
Em momentos
propícios,
Disfarçados
no resto do tempo.
E como te
agrado indiscreto,
Revelado em
versos eróticos
Umedecendo
as moças,
Enrijecendo
os rapazes,
Corando os
puritanos do prazer.
Confesso até
que, às vezes,
Pornográfico,
sacana, comum
Como cada um
que se esconde
Em pretensa
seriedade vestida
De orações,
conselhos, álibis.
Mas
ultimamente esses que sou
Andam
adormecidos, distantes,
Impróprios
ao teclado e à caneta.
É que não
sei sorrir sozinho,
Falar só ou
gozar na solidão.
Nasci para a
partilha, a divisão,
E o tempo se
anuncia instável,
Sujeito a
temporais de silêncio
E chuvas de
carências e medos.
Os que
supúnhamos mortos,
Nas
sepulturas do não retorno,
Estão
querendo voltar,
Para impor
versos outros,
Que não
sejam românticos,
Apaixonados,
maliciosos,
E tampouco
tenham tesão.
Se mudei foi
só aparência.
Minha
escrita é coerência,
Os mesmos
versos antigos
Em exercício
de resistência.
Francisco
Costa
Rio,
29/03/2014.
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