Preciso
tomar banho, Não de água ou essências.
Do ácido
mais corrosivo removendo a revolta.
Necessito
esfregar-me em lixas duras, grossas,
removendo
esta casca sólida que me blinda raiva,
interdita
aos sorrisos, aos encontros, ao comum.
Preciso
revelar ao mundo o que sei e escondo,
a ternura
diante do que se anuncia belo e frágil,
a alegria do
que espera porque se sabe só agora,
temporal de
verão, intenso, mas passageiro.
Preciso
anunciar que também sei sorrir.
Pois que
venham crianças e idosos, fragilidades
esperando
carícias; borboletas, pássaros, flores...
Amanheceres,
entardeceres, estrelas, astros...
Celebrações
à beleza, indiscrições de Deus
dizendo
estou aqui,
tornando
desnecessários ácidos corrosivos e lixas,
derretendo a
casca que me blinda e isola do mundo,
esse jardim
onde insistem em plantar ervas daninhas,
esse oceano
grande e gordo, sem litorais e portos,
para mais
justificar o poeta:
“navegar é
preciso, viver não é preciso”.
Francisco
Costa
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