segunda-feira, 14 de abril de 2014

Fora daqui, longe,
Apartado de tudo,
Como ouvirei Beatles
E plantarei flores
Nas manhãs de sol?

Sem um corpo, como
Prover as horas com risos
E reclamar do tédio
Ditando versos tristes,
Cometer beijos
E me propor ao sexo?

Anônimo e já esquecido
O que farei do espaço
Que se me oferecerá
Infinito, em acorde
Com um tempo sem fim?

Contado já definitivo,
No inventário dos findos,
O que farei de mim?

O que dói é saber
Que essas respostas
Não virão em teoria
Mas por experiência,
Anulando a ciência
E matando a poesia.

Francisco Costa

Rio, 14/04/2014.

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