Como não
fraudar minhas intenções
E recuar,
recusar-me ao seu querer?
Como dizer
sim se já medo e espanto,
Inseguro
diante do precipício, vacilo
Entre o
recuo e o salto, pura covardia
Anunciando o
escuro mais adiante?
Desistente
da aventura, encolhi-me
Na
comodidade do pouco espaço,
Das palavras
poucas e gestos nenhuns,
Mero molusco
sabedor do mundo
Correndo
fora das conchas,
O que me
basta e completa.
Guarde seus
encantos, sua magia
De acordar
sonhos, a impertinência
De
permanecer presente e sempre
Quando me
quero no anonimato do só,
Só dedos no
rosário da solidão.
Guarde-se
para outro e a outro se dê.
Talvez ele
tenha os sorrisos e dons
Que perdi,
esqueci por aí, indiferente,
Sem atinar
na diferença entre o tiro
E as
borboletas no roseiral.
Francisco
Costa
Rio,
06/04/2014.
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