Quando eu já
não estiver aqui,
For só
referência para os netos,
Alguns
poemas no blog, risadas
Dos amigos e
companheiros
Em
lembranças de molecagens,
Como farei
para ouvir as canções
Que ritmaram
as minhas mãos
Nos caminhos
dos versos, ou
Das cores pretendidas
nas telas?
Como,
solitário e frio, distante,
Me farei ao
alcance da musa
Em
retrocesso, no intervalo
Das lágrimas
e uma nova paixão?
Com que
olhos reaprenderei
A ver as
manhãs em cada manhã,
E me
aconchegar às sombras,
Para ver os
pássaros e o sol,
Se inerte e
passivo, imóvel,
Estarei
indiferente ao que clama
E me reclama
presente, sempre?
Como dizer
estou aqui senão
Encarnando
uma flor silvestre,
Ainda que
com o risco inevitável
De ser só
mais uma entre tantas,
Aguardando
abelhas e borboletas
Para
definitivos beijos de adeus?
Isso, o
inferno deve ser isso,
A ausência
de um corpo
Para abrigar
a consciência
Que
permanece.
Isso abate e
entristece.
Francisco
Costa
Rio,
05/04/2014.
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