domingo, 6 de abril de 2014

Minhas culpas? Eu as purgo
Em salmoura e saudades,
No silêncio das madrugadas,
Em cada minuto que estou só.

Estas, não vocalizo nem descrevo,
Não as empresto a versos e contos,
Porque contam no inventário da dor,
No que não pode ser dito ou descrito.

Minhas culpas? São feridas abertas,
Tempestades em dias de domingos,
Asa quebrada em pássaro apaixonado,
Ausência de pétalas na floreira.

Disto não falo, não canto, não escrevo,
Talvez para mais doer e machucar,
Como dardos de madeira aromática,
Cheirando a perfume e sangue.

Francisco Costa

Rio, 06/04/2014.

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