quinta-feira, 3 de abril de 2014

COLETOR DE ESTRELAS

(Pra Sonia Costa, in memoriam)

Hoje vou sair a esmo,
Distraído e desligado,
Para catar estrelas.

Estivesse atento e escolheria,
Mas não, eu as quero ao acaso,
Sem preocupações científicas
De magnitudes, luminosidades,
E todas essas classificações
Que as despem do brilho.

Uma a uma, paciente e calmo,
As colocarei num saco de linho
E as trarei para casa.

Derramarei todas sobre o tapete,
Reconhecendo-as, cada uma,
Em seus sonoros e poéticos nomes:
Andrômeda, sírius, cassiopéia...
Certo de que em algum momento
Pronunciarei o seu nome.

E as devolverei ao céu novamente,
Menos uma, a que procurava.

Francisco Costa

Rio, 29/03/2014.

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