sexta-feira, 11 de abril de 2014

Para que palavras
Se nos bastamos em olhares,
Em gestos distraídos, atitudes
Inconscientes, não declaradas?

Porque propor ou cobrar se,
Continuidades recíprocas,
Nos adivinhamos e conhecemos,
Como as ostras e suas conchas
Que, apartadas, modificam-se
E perdem o sentido,
Transformadas em nada?

Definitivamente ligados,
Nos adicionamos
Para construir a unidade.

Os que permanecem sós
Jamais se saberão só parte,
Fração, pedaço em permanente
Procura da metade que os complete
E faça inteiros, por inteiros.

Francisco Costa

Rio, 10/04/2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário