Recheados do
inusitado,
Meus sonhos
desafiam
Que eu os
faça reais
A cada
amanhecer.
Meus sonhos
habitam plagas
Com sons de
cachoeiras
Em
contrapontos com pássaros,
Em liturgia
de concertos imaginários.
É lá que se
deitam na relva
As moças
nuas e as crianças,
Logo que
some a tênue película
De orvalho,
lençol da noite.
Das flores
não falo porque impossível,
Tamanha a
exuberância de formas,
A mistura de
cores, os odores
Ilustrando
dias de sempre sol.
Público,
compartilho quase tudo:
Meus versos
expostos a autópsias,
Retalhados
em seus fonemas e pontos,
Minhas
telas, esboços mal delineados
Do que me
vai na alma meio aflita,
Minha voz
prenhe de exigências,
E até o meu
corpo, ocasionalmente,
Fonte e
fruto de prazeres rápidos
Porque
nascido para ser sempre só.
Meus limites
estão nos meus sonhos.
Por mais que
eu fale, redija, pinte...
Eles se
recusam à revelação, pessoais,
Imunes ao
que me imponho e tento:
Trazê-los à
realidade e impô-los,
Até que a
matem afogada
Em aromas,
cores, formas outras
Que não as que
se anunciam cotidianas,
De sons
urbanos e corpos cansados,
Removendo em
definitivo
O rótulo de insônia
ou pesadelo.
Francisco
Costa
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