Quem me lê me vê fortaleza
Digitando combates, batalhas,
Possuído das armas palavras,
Pronto a desbaratar quadrilhas.
Engano, ledo e crasso engano.
Escrevo encurralado em raiva,
Rejuntando pedaços dispersos,
Buscando-me, incessante e só,
Nos meandros do que não sou.
Eu me queria menino outra vez,
Ansiedade e sonhos distraídos,
Sem compromissos, encargos,
Consciência da realidade cruel,
Obrigando-me à permanência
De viver fatiado, em pedaços,
Só me recompondo inteiro
Na integridade da luta.
Se alguns versos cheiram a cio,
Já outros cheiram a sangue
E é nesses que me ergo,
Ponho-me pronto, me reinicio,
Escrevendo por compulsão,
Como quem anda a esmo,
Na busca de si em si mesmo.
Meus poemas são armas,
Minhas palavras, munição.
Francisco Costa
Rio, 04/09/2016.
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