Os amanhãs nos esperam,
Silenciosos e apreensivos,
Sem saber o que faremos.
Da água que jorra da fonte
Poderemos nos banhar
Ou bebê-la, armazená-la
Para a precaução da seca.
Mas poderemos poluí-la,
Ou deixar que se esgote,
Engolida pelo solo
Ou indo-se com o vento,
Contaminando-se de lama
Ou viajando esgotos.
Não importa o que façamos,
Se de bom ou ruim,
Com a água que jorra.
Para que façamos, antes
É preciso a posse da fonte,
Hoje apartada por cercas
E canalizada, orientada
Para destino certo e particular.
A água que jorra da fonte
É como as idéias e vontades
Que jorram das cabeças,
Não pode se permitir a canos
E dutos, canais e represas,
Servindo tão somente
A quem delas se apossou.
É tempo de derrubar cercas,
As que cercam as fontes,
Construídas por oportunistas,
E as que nos cercam,
Construídas por nós.
Eis que é chegado o tempo
De derrubar cercas e muros,
Para libertar as fontes
E em nós matar a sede,
De água e de justiça.
Francisco Costa
Rio, 07/11/2016.
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