Eu, artífice da sobrevivência,
O que nasceu para desafios,
Morrendo a cada instante,
Em cada intervalo distraído
Do ritmo respiratório,
Agradeço aos golpistas.
Não nasci para ser situação,
Refestelar-me no comodismo
Fácil dos satisfeitos.
Gato compulsório de prontidão,
Nasci para incomodar os ratos,
Para a predação do que fede
E incomoda, faz-se insuportável.
Agora, de penas suspensas
E condenações adiadas,
Acreditam-se incólumes,
Vencedores, imunes,
Com as presas contaminadas
Nas jugulares do povo,
Certos da impunidade.
Se até aqui só um soldado
Na formação da resistência,
Tenham em mim agora,
Os de pérfida laia,
Um guerrilheiro de tocaia.
Sinto informá-los
Que armado de revolta,
Aquele Camilo está de volta.
Francisco Costa
Rio, 30/08/2016.
PS: Camilo – meu codinome na
ditadura.
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