Acionaram o interruptor do meu país,
Faz escuro em minha pátria,
Nulidades alçaram-se de importância,
Atribuindo-se poderes indevidos,
Nascidos nos subterrâneos do golpe.
Desprezíveis e vis, como vermes
Chafurdam na lama que criaram,
Promovendo o retrocesso e o ódio,
Incubando sangue pra mais adiante.
Não se contentaram quadrilha em ação,
Auto promovendo-se a donos de tudo,
Estendendo as mãos asquerosas e
sujas,
De digitais em todos os cofres
públicos.
Como espectros saídos das sombras,
Perambulam na noite que nos impõem,
Vendendo-nos em retalhos e fatias,
Esconjurando o que mais não seja
eles,
Imperadores do arbítrio, vociferando
Ordens para o relógio ao contrário,
Nos empurrando para o ontem.
Viscosos e de peçonha, abjetos,
Nojentos, empesteiam céu e solo,
Anunciando dias escuros e noites
vazias,
Semeando necessidades e carências
Em campos vocacionados aos sorrisos.
Bélicos sem armas, querem a guerra,
Com pretensão tanta e tão urgente
Que não se desconfiam derrotados,
Espetados nas cercas e nos postes,
Para repasto dos urubus atentos
Ao que fede, emporcalha, sobra,
Como a escuridão que não aceitaremos.
Há em cada vampiro a sede de sangue,
O desejo de subjugar e impor o
infortúnio,
Como se sangue e lágrimas fossem
iguais.
O que não sabem é que escondemos
Alhos, espelhos, crucifixos, água
benta...
Para devolvê-los ao inferno, um a um,
Até o último, até que nos retorne o
sol.
Francisco Costa
Rio, 05/08/2016.
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