E por palavra outra não merecerem
Eu os chamo corja, não mais.
Maldita seja então a corja,
Os que dilapidam vidas
E as oferecem nuas
No cepo do capital.
Malditos sejam em todo o mundo,
Ordenando matanças em guerras
Ou trabalhando mídias e partidos,
Na consecução de holocaustos
E apocalipses, silenciosamente.
Malditos os que exportam golpes
E financiam a fome, torturam
Explícitos nos quartéis
Ou disfarçados no mercado.
Foi Allende, foi Getúlio, foi Perón,
Foi Jango e agora foi Dilma,
Contas de um rosário de crimes
Ostentando-se incólumes.
Choro
o World Trade Center,
Mas não como deveria chorar.
Faltam-me lágrimas,
Eu as gastei no Chile,
Na Argentina, no Uruguai,
No Paraguai, no Brasil,
Em toda a América Latina.
Faltam-me as lágrimas
Que deixei no Iraque e na Síria,
No Afeganistão e na Líbia,
Na Coréia, no Líbano, no Vietnã.
Por isso esse meu choro contido,
Quase envergonhado por chorar.
Vocês deram-me motivos
Para que eu chorasse antes
De que por vocês eu chorasse.
Meus olhos estão secos,
Minhas lágrimas evaporaram-se
No calor dos seus interesses,
No vento das suas vontades.
Assim, o que deveria ser pranto
Reduziu-se, e apenas lastimo,
Certo de que para os poderosos
Foi apenas um erro de cálculo
E não uma lição.
Francisco Costa
Rio, 11/09/2016.
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