Ela me corrompe com o olhar
E mente com graça,
Oscilando a sua leveza
No espaço que me circunda.
Argumento para eu existir,
Ela insiste quase sobrenatural
Em cada dobra dos momentos,
Embora concreta, dimensional.
Se anoitece no mundo
E tudo se tinge de cor nenhuma
Ela ilumina com sua silhueta
De curvas estampadas
Mostrando-se, sem parcimônia,
Em dádiva aos sentidos atentos,
Amanhecidos da escuridão.
Santa pornográfica,
Ela se redige oração
Entre palavras e sussurros
Ditas entre dentes, suando
Sequências e recomeços,
Ávida e definitiva.
Ave noturna, mal amanhece
Voa e vai no vento,
Sem me dar tempo
De acompanhar.
Francisco Costa
Rio, 12/10/2016.
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