sábado, 19 de novembro de 2016

Como num porre colossal,
Nada faz sentido
Ou tem razão.

Navego agora no vazio,
Oco, como se amputado
Do que não sei,
Apenas sinto.

Os relógios correm lentos,
Pararam os calendários,
A madrugada se estica
Adiando um novo dia.

Entre o ontem sorrisos
E o amanhã lágrimas
Minha gente caminha,
Dividida e esperançosa.

Os palácios estão em festa,
As mansões regozijam-se,
O patronato comemora,
O sistema financeiro sorri.

Iludido e desamparado,
Como no poema triste
De Carlos Drummond,
O povo José caminha.

“José, para onde?”

Francisco Costa

Rio, 01/09/2016.

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